domingo, 10 de janeiro de 2010

Está estático

Um mergulho serviu pra eu me recompor e no fundo daquilo que me é estranho, havia esquecimento, acalento, desinteresse peculiar... prendi o ar e tornei a afundar. É incrível ver o mundo tornar-se novo por alguns segundos quando fecho o olho... me afogaria para fazer durar a sensação de não encontrar o chão, driblando a gravidade e todas as teorias que fogem à realidade. O sal me envenena, mas sem problema, quero me esvair de forma lenta, teu ar também não vale a pena, que dilema! Nem quero citar as bolhas, mas se não as cito, as bolhinhas não deixam de escapar, tolinhas, não duram o tempo de serem pegas sob o mar, sobem velozes, saem de mim, produzo simples bolhinhas, gostaria que fosse sempre assim...mas o mar não tem fim...e eu sim. Ondas afrontam o céu noite e dia, movimento explicado por alguém que um dia ouvi com desdém... não me importo com o pré-elementar, fui feita com limites preciosos que me permitem apenas experimentar, deitar e rolar...flutuar, nadar, boiar. Respeito o tempo, a relatividade, as hipóteses e os teoremas, mas meu relógio funciona de acordo com as estações, pertenço ao instante lunar. Crio diferentes personalidades, me guio pelas árvores que vejo através do portão... meu roteiro não permite o não, dou frutos, amadureço, quando as folhas caem, aí que cresco, renovo a missão, tenho um novo ciclo e me batizo, vou à praia sem destino, me perco no rito e rezo baixinho "obrigada por não ter conhecimento de nada, só isso me basta, meus seis sentidos para serem sentidos coberto de amor a ser dado e recebido ... amem"

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