segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Dedicado a quem nunca lerá

Chega de fazer barulho, meu ouvidos estão roucos, meu orgulho perdeu o juízo, minhas pernas querem correr pra ir te ver, doce orgasmo num amargo amanhecer.
E quando eu penso que meus dedos te encontraram, você me distrai com um sopro na nuca, desejando o desespero de vencer a luta , tão nua, tão pura, reluzindo nos olhos pecados mofados de uma criatura, sem pé nem cabeça, alma transparente, volátil, demente, que mente e nem sente meus pés quentes... a te tocar por debaixo do edredom, na tentativa de expressar que nenhum mal nos abaterá, e que amar é apenas mais um dom.
O toque certeiro é suficiente para te desmanchar por inteiro, sintonia fina, descrever o que se sente é desafio da mais alta categoria da espécie dos ilusionistas, sumo dentro de ti, apareço quando sorri, me detenho em te dar prazer, seguro o tempo para nunca mais esquecer.
Tento fazer uma música, eternizar um momento que eriça pêlos, fazendo nascer a energia que não tem mais onde caber, dissipada num grito, prazer e carícias, te encontro na esquina da vida, levando os pensamentos pra passear num leve flutuar e a escarnecer do poema que fiz pra você saber que amar não é apenas sofrer.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Nem queira...

Nem queira saber como tudo começou!

- Gosto da objetividade e da simplicidade... e ponto final.
- Não tenho muita escolha se você não alcança minha loucura.
- Chego lá, dou voltas, encontro o que necessito e retorno. Trago apenas o que muda, não me afeto com as estruturas.
- Minha estrutura não muda, devaneios são pilastras, não entro em consenso, existe um fim, mas o meio é turbulento.
- Planos concretos devem ser traçados, você escolhe apenas a direção da massa, o caminho protegido, o gosto do desgosto e do castigo deve ser banido.
- Respeito os pessimistas, a ordem natural é manipulada por quem guia, a dor continua devendo ser sentida, existo nela e ela me aprecia.
- Ladainhas em meu ouvido, não tenho tempo, só consumo o tempero da vida, ela é curta, durmo pouco, sou in, olho pro céu apenas pra ver se já posso sair.
- Tentarei não entrar em detalhes, faço esforço pra resumir o que se passa na estrada dos acontecimentos que ficam no acostamento, lá existe o que de fato se vive, o verdadeiro momento.
- Você é como eu, num instante, num dado momento algo nos modificou, vou sendo, vivo o momento sempre atento, não gasto palavras ao relento.
- Fique por aí, reprima seus instintos, finja que sente, mas não atire seu verbo contra quem range os dentes tomado de insanidade, mente dormente, o ópio que a civilização oferece a toda essa gente e a gente acaba quebrando a corrente.
- Como eu, como você, não pregue fantasias de livros que nem mesmo crê. Influencio-me apenas ao ler seus lábios pequeninos de incerteza, sem ganância, apenas fraqueza.
- É apenas um modo de enxergar a vida, estamos todos certos, temos a mesma ferida, somos células do mesmo organismo, e pra mantê-lo vivo precisamos apenas caminharmos unidos, fugindo da névoa e encarando nosso próprio abismo.

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