quinta-feira, 1 de abril de 2010

Sobre saltos

Enfim descobri um novo jeito para criar, sem formatações, sem rejeições.
Quero apenas a falta de estilo num sobressalto efusivo.
Olhos que vibram assim que anunciam o dia em que me tomarão pelos braços e me farão mulher digna de abrir-me à alma e sonhar, entre tantos errantes com princípios perdidos, eis a única saída pela qual nunca irão me resgatar.
Desprezo a cobertura, só desejo o recheio, o que se perde no meio, se esconde faceiro, dando o gosto que no gosto jaz.
Prazer que derrete na saliva, mesclada na língua que prova cada descoberta como única, infinda, face a face das papilas gustativas que escancaram a gengiva quando modelam o jeito da palavra errar.
E me alegro inteira, rio do curso do rio e lhe admiro imensamente quando desemboca no mar...sem medo de se libertar perante a imensidão, o que também é perda, mas é só pra se encontrar.
É esvaziar para tornar completo. Que o processo envolva amor ou ódio, prezo que se reconheça através das próprias percepções que somos feitos de carne, não de concreto, e que por isso temos peito aberto pra imensidão que nos oferece o pão, mas que vira e mexe tornam a pisá-lo sem oferecer a mão.

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